I
O poeta é o louco ao contrário.
II
"No descomeço era o verbo.
Só depois é que veio o delírio do verbo.
O delírio do verbo estava no começo, lá, onde
a criança diz: Eu escuto a cor dos passarinhos.
A criança não sabe que o verbo escutar não funciona
para cor, mas para som.
Então se a criança muda a função de um verbo, ele
delira.
E pois.
Em poesia que é voz de poeta, que é a voz de fazer
nascimentos -
O verbo tem que pegar delírio." (Manoel de Barros)
Estamira
III
"De cigarras e pedras, querem nascer palavras.
Mas o poeta mora
A sós num corredor de luas, uma casa de águas.
De mapas-múndi, de atalhos, querem nascer viagens.
Mas o poeta habita
O campo de estalagens da loucura.
Da carne das mulheres, querem nascer os homens.
E o poeta preexiste, entre a luz e o sem-nome." (Hilda Hilst)
IV
"A loucura é o sol que não deixa o juízo apodrecer". (Sueli Costa)
Estamira (Dani Barros)
V
"A vida me fez um papelão e eu fiz do papelão a minha vida". (Autor desconhecido)
Mãe Lucinda (Vera Holtz)
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